Livro Introdução à Suma Teológica de S. Tomás de Aquino | Martin Grabmann | Tradução Francisco Lage Pessoa

A Introdução à Suma Teológica de S. Tomás de Aquino escrita por Martin Grabmann vem prestando bons serviços à formação do clero brasileiro há décadas. Desde seu lançamento em 1944, ajudou na missão dos lazaristas de estimular os seminaristas a se aproximar da obra do Aquinate, e não apenas dos manuais utilizados à época. O livro começa com uma explicação do ambiente medieval e dos estudos que eram conduzidos no século XIII, distinguindo, de um lado, as Disputationes ordinariae e sua redação literária, as Quaestiones disputatae; de outro, as Disputationes quodlibetales e sua relação escrita, as Quaestiones quodlibetales.

O texto didático de Monsenhor Grabmann prossegue com uma breve explicação da posição que ocupa a Suma Teológica na obra e na vida de Santo Tomás de Aquino. O terceiro capítulo mostra como explicar e utilizar a Suma Teológica, enquanto o quarto e último capítulo apresenta um plano da Suma, considerado muito útil ainda hoje por um dos maiores nomes da filosofia medieval do país, o prof. Carlos Arthur Ribeiro do Nascimento.

A presente edição teve o acréscimo de inúmeras notas para atualizar algumas das informações dadas por Martin Grabmann, tendo em vista os avanços dos estudos tomistas nos últimos cem anos. Ressalta-se seu caráter de Documento Histórico devido à importância que teve nas décadas de 1940 até 1970, e pela tradução – que coube a Francisco Lage Pessoa, o padre Lage – relevante personagem na história da Igreja católica brasileira do século XX. O volume traz, ao final, biografias do autor e do tradutor.

Para quem deseja saber por onde iniciar o estudo de S. Tomás de Aquino, ou como começar o estudo da Suma de Teologia de S. Tomás de Aquino, essa obra é a mais recomendada - até mesmo por sua trajetória de décadas de uso no ensino de teologia no país.

SOBRE O AUTOR:

Martin Grabmann nasceu em Winterzhofen, Baviera (Alemanha), em 5 de janeiro de 1875. Foi ordenado em 20 de março de 1898. Tornou-se terciário da Ordem Dominicana em 1921. Após a ordenação, foi enviado por seu bispo para estudar em Roma. Grabmann foi aluno do Collegium Divi Thomæ de Urbe, a futura Universidade Pontifícia de São Tomás de Aquino Angelicum em Roma (Itália). No Angelicum ele obteve um bacharelado, uma licenciatura e um doutorado em filosofia em 1901 e um doutorado em teologia em 1902. Grabmann foi nomeado professor de teologia e filosofia na Universidade Católica de Eichstätt em 1906.

A primeira de suas grandes obras, Die Geschichte der scholastischen Methode (A História do Método Escolástico), em dois volumes publicados em 1909 e 1911, fez uso extensivo de textos medievais inéditos. Após tal publicação, ele recebeu um doutorado honorário do Institut supérieur de philosophie de Lovaina em 1913. Grabmann foi chamado para a Universidade de Viena em 1913 para ocupar a cadeira de filosofia cristã na Faculdade de Teologia. Lá, ele completou uma pesquisa pioneira sobre a história do aristotelismo no século XIII, publicada em 1916 como Forschungen über die lateinischen Aristoteles- Übersetzungen des XIII.

Grabmann retornou à Baviera em 1918 para trabalhar como professor de teologia dogmática na Universidade de Munique. Suas pesquisas e publicações floresceram, incluindo 212 livros, artigos e resenhas. Entre 1921 e 1938, suas pesquisas o levaram à maioria das principais bibliotecas italianas especializadas em estudos medievais, bem como a bibliotecas na Espanha, França, Bélgica e Suécia.

Em 1919 publicou o Einführung in die Summa theologiae des heiligen Thomas von Aquin, que iria ganhar uma segunda edição ampliada em 1928, a partir da qual o padre Francisco Lage Pessoa faria a tradução para lançar esta Introdução à Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino.

Em 1936 publicou as Interpretações Medievais do Nous Poietikós com o título Mittelalterliche deutung und Umbildung der aristotelischen Lehre vom nous poietikós nach einer Zusammenstellung im Cod. B. III 22 der Universitätsbibliothek Basel.

Com a extinção da Faculdade de Teologia na Universidade de Munique pelos nacional-socialistas no poder, em fins de fevereiro de 1939, Grabmann foi aposentado. Quando a faculdade foi reconstituída em fins de 1945, retornou à Universidade como professor acadêmico, e lecionou até 1947. Faleceu em 9 de janeiro de 1949, em Eichstätt.

Em 1953 foi criado, na Universidade de Munique, o Instituto de Pesquisa Martin Grabmann, cujo objetivo é – na tradição de Grabmann – a pesquisa de teologia e filosofia medievais do ponto de vista teológico e dogma-histórico.