Pela primeira vez reunida em um único volume, a tradição de Hinos aos deuses produzida na Antiguidade ganha edição bilíngue pela Editora Madamu. São quatro coleções de Hinos antigos que chegaram até nós, traduzidas por alguns dos mais destacados helenistas do país.
A Pedro Barbieri coube o estudo introdutório sobre a tradição hínica antiga e a tradução dos Hinos de Calímaco. A coleção de Hinos homéricos foi traduzida por Leonardo Antunes, enquanto Rafael Brunhara se debruçou sobre a tradição de Hinos Órficos, com um apêndice sobre os Hinos a Zeus nas Teogonias Órficas e o Hino Estoico de Cleantes de Assos. O volume se encerra com a tradução dos Hinos de Proclo, empreendida por José C. Baracat Jr.
Como nos recorda Pedro Barbieri na introdução, "a definição antiga mais citada sobre hinos é, em geral, a passagem de um diálogo de Platão, as Leis, em que, ao dividir as espécies de cantos, o personagem Ateniense descreve os hinos como “preces aos deuses” (eukhaì pròs theoús, 700a-b). O próprio texto platônico, porém, relativiza essa declaração mais adiante, dando a entender que, como os encômios, os hinos poderiam ser reservados não apenas aos deuses, mas também aos feitos heroicos (801e-802a). Ainda assim, o que vemos em grande parte do corpus hínico supérstite, inclusive nos poemas recolhidos nesta edição, é que, mesmo com toda a sua economia, a explicação platônica funciona. Provisoriamente, seria possível afirmar que os hinos correspondem a preces cantadas cuja ocasião de performance poderia ser ritual ou celebratória e cuja composição segue com frequência os ditames da tradição de poesia hexamétrica. Tratando-se de “preces”, o destinatário evidente dos hinos seria a esfera divina. O hino, portanto, estabelece uma relação de troca: a palavra humana pelo favor divino. A experiência pressuposta de comunicação ou de devoção aos deuses fala, em maior ou menor escala, da tentativa de relação entre essas partes, a que pede e a que escuta. Em vista disso, há um componente pragmático na composição hínica: algum grau de vivência religiosa, seja ela comunicativa ou contemplativa. O hino serviria, em princípio, como ponto de contato entre o interpelante e o interpelado, um diálogo sob os ditames da sacralidade".
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Título: Hinos Antigos - Homéricos | Calímaco | Órficos | Proclo
Edição: 1a. edição, 2024
Tradutores: Pedro Barbieri, Leonardo Antunes, Rafael Brunhara e José C. Baracat Jr.
Páginas: 468
Formato: 16 x 23 cm
Acabamento: Capa dura
ISBN: 978-65-86224-57-3.
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SOBRE OS TRADUTORES
Pedro Barbieri (São Paulo, 1989) é doutor e mestre em Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo (USP). É coautor de Πολυώνυμοι – A Lexicon of the Divine Epithets in the Orphic Hymns (Würzburg University Press, 2021), além de ter feito parte da equipe de tradução de Poesia e mito indo-europeus, de Martin L. West (Mnēma, 2022). Dedica-se principalmente à pesquisa de religiões antigas e a traduções poéticas, com diversos textos já publicados nessas áreas.
Leonardo Antunes (São Paulo, 1983) é poeta, tradutor e professor de língua e literatura gregas na UFRGS. É autor de Regressos (Martelo, 2023), Casa dos Poetas (Zouk, 2021), Lícidas (Zouk, 2019) e João & Maria – Dúplice coroa de sonetos fúnebres (Patuá, 2017). Tradutor do Édipo Tirano de Sófocles (Todavia, 2018) e dos Fragmentos Completos de Anacreonte (34, 2022), atualmente dedica-se a uma tradução da Odisseia em decassílabos duplos, mesma medida que adotou para traduzir a Ilíada (Zouk, 2022).
Rafael Brunhara (São Paulo, 1985) é professor de língua e literatura gregas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com mestrado e doutorado em Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo (USP). É autor das seguintes publicações: As Elegias de Tirteu (Editora Humanitas, 2014) e Elegia grega arcaica: uma antologia (Editora Ateliê/Mnēma, 2021, com Giuliana Ragusa). Escreve artigos científicos e trabalhos de divulgação de literatura grega, entre estas uma tradução da Poética, de Aristóteles, e da peça Bacantes, de Eurípides (ambas no prelo). Dedica-se atualmente ao estudo da obra Pós-Homéricas, do poeta da Antiguidade Tardia Quinto de Esmirna.
José C. Baracat Jr. (Pompeia, 1975) é professor titular de língua e literaturas gregas na UFRGS e se dedica, principalmente, à tradução e interpretação de filósofos da antiguidade, em especial Plotino e a tradição platônica. Publicou, entre outros, A Text Worthy of Plotinus (Leuven UP, 2021, com S. Stern-Gillet e K. Corrigan), Plotino: III. 8 (30) (Editora da Unicamp, 2010), e Teorias do Tempo na Antiguidade Tardia (Editora UFMG, 2022).
Editora de Livros de Filosofia, Ciências Humanas, História e Literatura Clássica, entre outros. Impressão sob demanda e venda exclusiva pela internet. Os livros são enviados pelos Correios, ou podem ser retirados em nosso escritório, com horário agendado, na rua Rua Terenas, 66, conjunto 6, Alto da Mooca, São Paulo, SP.
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